quarta-feira, 24 de setembro de 2008
O esplendor do ressabiamento e da hipocrisia
No dia 21/09, a J.S. publica este vergonhoso comunicado, onde pode ler-se que:
No entender da Juventude Socialista ninguém sai bem deste processo.Os sublinhados (meus) referem-se ao ressabiamento evidente no acto de a J.S. pretender atribuir a sua desistência de apresentação de uma proposta de alteração da lei civil ao facto de outros partidos terem apresentado eles mesmos as suas propostas. Digamos que o P.S. se achou ultrapassado pelos outros partidos e não gostou (ainda hoje o Senhor Primeiro Ministro disse que «o P.S. não anda a reboque de nenhum outro partido»; se isto não é ressabiamento, não sei o que é...). Ora, como para o P.S. o que interessa é... o P.S. (!), querem eles lá bem saber do milhão de portugueses a quem a lei continua a discriminar! Que se lixem e, já agora, que votem outra e outra e outra vez no P.S., aquele partido que não admite que nenhum outro seja mais rápido, assertivo, combativo e corajoso do que ele, mesmo que isso implique continuar a discriminar e denegar direitos a pessoas!
A Juventude Socialista discorda, com veemência, da forma como o Bloco de Esquerda e o Partido Ecologista "Os Verdes" apresentaram os seus Projectos-Lei, totalmente desinteressados do sucesso das suas iniciativas. Mais concretamente, desinteressados da possibilidade de aprovar o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Pareceram-nos apenas satisfeitos em destratar o PS.
Entendemos que este comportamento, se bem que assente no exercício de um direito legítimo ao agendamento do diploma, prejudica os entendimentos indispensáveis para que esta proposta seja uma realidade em Portugal.
Discordamos, igualmente, da posição do Partido Socialista em votar contra os projectos-lei apresentados. No nosso entender, o facto desta proposta não estar inscrita no Programa do PS de 2005 de forma alguma justifica um voto contra.»
O negrito (meu) refere-se à hipocrisia socialista. É que não obstante a própria J.S. achar que o facto de a matéria não estar prevista no programa de governo para esta legislatura não significa que a mesma não possa ser apreciada e mesmo aprovada pelo Parlamento onde, refira-se, o P.S. tem a maioria, o Senhor Primeiro Ministro, que curiosamente é também Secretário-Geral do P.S., diz... o contrário! Para Sócrates, o facto de não estar previsto no programa de governo é suficiente para continuar a insistir na discriminação! Mas para a própria J.S.... não!
Eu só gostaria que me explicassem o que é que esta gente está a fazer no Parlamento e, a gozar-se dos impostos pagos pelos homossexuais a quem continuam a negar direitos apenas por questões de oportunidade política. Alguém me explica?!
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