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sexta-feira, 30 de março de 2007

Breve Conto - «Pessoas Erradas» 

«Pessoas Erradas»

Era uma vez uma mulher que se apaixonava sempre pelas mulheres erradas.
Um dia, uma dessas mulheres erradas resolveu imitar-lhe a sina e apaixonar-se também por uma mulher errada: ela.

E viveram infelizes para sempre.

- FIM -


:: Post Sciptum ::

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Procura-se:
Pessoa infiel adorando riscos, prometendo múltiplas traições, giro(a), egoísta e egocêntrico(a), muito impulsivo(a), com raivas inexplicáveis, profissão pouco definida ou uma vocação tirânica, pode ter uma causa, uma seita, com vicios secretos e públicos, comportamentos de risco variados, capacidade de com o olhar fazer o outro sentir-se único, arrependimentos constantes com desejo sincero de mudança, com duração dependente da presença do outro, pode ser casado(a), não desejar compromisso, não estar preparado(a) para compromissos ou ter uma orientação indeterminada.

Promete-se:
Fidelidade canina, culpabilização constante, abegnação, espírito de sacrifício, choros múltiplos, ansiedade e controle, relação incondicional "até que a morte nos separe", sustentação da família "casa, roupa e cama lavada", pode não haver sexo, carinho em quantidades desejáveis, não é preciso prometer nada, pode ser infiel, e sedutor(a) sempre que estiver na presença dos outros.

(Parabéns! Esta relação está condenada a ser temporária mesmo que seja até que "a morte os separe", com "aureola" de santidade para uns e objecto de desejo para outros, ingredientes necessários para a manutenção de uma relação que os outros desejam mas não querem na sua casa).



Tanto o que se procura como o que se promete, não vos parece familiar? Pois a mim sim, que me revejo em algumas das características enumeradas em ambas as secções.
Apeteceu-me escrever este Breve Conto a propósito da realização desta conferência proferida pela psicóloga clínica Ana Cardoso de Oliveira, esta noite, no teatro A Barraca, em Lisboa. O tema é interessantíssimo: «Porque nos apaixonamos pelas pessoas erradas». Acontece a muita gente, acontece a algumas pessoas muitas vezes e acontece a outras quando calha, mas não deixa de ser um fenómeno relativamente comum e que merece todo o interesse, reflexão e atenção. Para aguçar o apetite, aqui fica o link e alguns destaques de uma notícia da Lusa, via DN.

A tendência para gostar sempre da pessoa errada é um comportamento patológico que, geralmente, só se resolve com «uma catástrofe», como a perda do emprego ou até de um familiar. (...)
«O acto de nos apaixonarmos tem a ver connosco, somos nós que queremos actualizar uma parte de nós e que procuramos no outro características que gostávamos de ter, como por exemplo a extroversão». (...)
A pessoa que se apaixona por alguém errado está a canalizar os sentimentos «para o seu oposto e não para o seu complemento». Como resultado, «ao fim da primeira semana de relacionamento, a pessoa começa a cobrar à outra pelos seus hábitos individuais», iniciando-se um processo de «culpabilização do outro por ele ser como é e não se adaptar a nós». Isto não acontece entre pessoas que sejam complementares, já que aí a tendência é para a mútua aceitação e não para o choque de caracteres. (...)
Esta tendência para gostar da pessoa errada «é patológica e revela um padrão que apenas se rompe através da psicoterapia, ou numa situação de catástrofe, como a perda de um familiar ou do emprego». «Nessas situações de crise, que podem dever-se a um acontecimento negativo específico ou a uma agregação de vários problemas, a pessoa tende a colocar tudo em causa e, então, coloca também o seu relacionamento, o que constitui uma oportunidade de mudança». (...)

Conferência«Porque nos Apaixonamos pela Pessoas Erradas?»
org. Associação Lavoisier, sexta feira, 30 de Março, 21h30
Por Ana Cardoso Oliveira
Entrada: €7,5
Teatro A Barraca. Largo de Santos, 2, Lisboa (Indo pela Av. 24 de Julho, no sentido Cais do Sodré - Alcântara, passando o Mercado 24 de Julho, encontrará o Largo e Jardim de Santos do lado direito, quase em frente à Estação dos CF (Caminhos de Ferro) de Santos (que ficará do lado esquerdo). (
clicar para ver mapa)

Na grafonola deixo o Antony & The Johnsons com «Hope There's Someone», com dedicatória a tod@s os que são capazes de se apaixonar (ainda que pela pessoa errada), a tod@s os que estão apaixonados e a tod@s os que despertam paixões. E que o vosso fim-de-semana seja cheio, a abarrotar, de coisas boas. :)

Hope there's someone
Who'll take care of me
When I die, will I go

Hope there's someone
Who'll set my heart free
Nice to hold when I'm tired

There's a ghost on the horizon
When I go to bed
How can I fall asleep at night
How will I rest my head

Oh I'm scared
of the middle place
Between light and nowhere

I don't want
to be the one
Left in there, left in there
There's a man on the horizon
Wish that I'd go to bed
If I fall to his feet tonight
Will allow rest my head

So here's hoping
I will not drown
Or paralyze in light

And Godsend
I don't want to go
To the seal's watershed

Hope there's someone
Who'll take care of me
When I die, will I go

Hope there's someone
Who'll set my heart free
Nice to hold when I'm tired.

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