domingo, 15 de maio de 2005
Poema para uma madrugada solitária.
(À memória de António Variações)
Anda pela noite só
um capote errante, ai ai
e uma sombra negra cai, em redor
do homem no cais
das ruas antigas vem
um cantar distante, ai ai
e ninguém das casas sai, por temor
de uns passos no cais
Se eu cair ao mar, quem me salvará
lalalala...
que eu não tenho amigos, quem é que será,
lalalala...
ai ó solidão, que não andas só.
lalalala...
anda lá à vontade, mas de mim tem dó...
cantar, sempre cantou
jamais esteve ausente, ai ai
e uma vela branca vai, por amor
largar pela noite
Se eu cair ao mar, quem me salvará
lalalala...
que eu não tenho amigos, quem é que será,
lalalala...
ai ó solidão, que não andas só.
lalalala...
anda lá à vontade, mas de mim tem dó...
Letra e Música: Pedro Ayres de Magalhães
Extraída do álbum "Os Dias da Madredeus" (1987)
Fotografia de Jorge Santos (2005)
Marriage is love. |