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quarta-feira, 4 de maio de 2005

O Óbvio 

É óbvio que:
a) conhecendo o passado do novo Papa a sua eleição me deixou apreensiva;
b) critico as afirmações infelizes que algumas pessoas dentro da hierarquia da Igreja fazem sobre a homossexualidade ou sobre qualquer outra coisa, quando tais afirmações vão contra os princípios mais basilares da própria Igreja;
c) considero lamentável o que está a suceder actualmente em Timor;
d) não nego que, ao longo da História foram vários os erros cometidos por muitos dos homens com poderes dentro da hierarquia da Igreja;

numa palavra

é óbvio que, enquanto defensora incondicional da dignidade humana, critico veementemente todas as manifestações de desrespeito por essa dignidade, venham elas de onde vierem.

Assente este ponto, ultrapassadas assim as questões humanas, falemos de religião...
... Ou talvez não...
Apetecia-me dizer aqui que, quando me digo "católica", estou pura e simplesmente a afirmar a minha religião. Apetecia-me salientar que ser católica não é só acreditar em Deus ou em Cristo. Que se, pela fé, sou cristã pelo modo como vivo essa fé sou católica.
Apetecia-me discursar aqui sobre o que é afinal a religião. Recorrer ao étimo para lembrar que ser católica é ligarmo-nos a Deus, comunicarmos com Ele através de hábitos e rituais católicos. E, por fim, explicar que, sendo eu católica, me sinto mais próxima de Deus praticando esses rituais, comunicando com Ele desse modo*, tão só e simplesmente isso.
Apetecia-me, em jeito de alegações finais, demonstrar como, durante todo o meu discurso não falei uma única vez de política, nem de poder, nem de tricas entre seres humanos, porque simplesmente a política, o poder e as tricas são totalmente alheios à religião.
E, por fim, realçar que obviamente nunca deixarei de criticar todos aqueles que não compreendam esta separação tão básica que existe entre a religião católica e estas coisas tão humanas... nunca deixarei de criticá-los, estejam eles dentro ou fora da Igreja Católica... dentro ou fora da comunidade LGBT...

... Mas talvez não... talvez não diga nada... talvez não valha a pena... há ideias que já nasceram feitas e assim hão-de morrer, tão empreendedoramente fascinadas com a própria ideia que têm de si que não conseguem desconcentrar-se, por breves momentos que sejam, de si mesmas e compreender aquilo que é, afinal, tão óbvio!

*Sim, Pilantra, tal e qual como tu, os cravos e o 25 de Abril!

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