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sexta-feira, 19 de dezembro de 2003

Este post não está aqui!  


Não está não senhor! Ele está ali em baixo, nos comentários ao post anterior e vocês só o vêem aqui porque assim é de mais fácil leitura!
Quando escrevi o post anterior sabia que não escrevia sobre um tema pacífico… Se fosse também não tinha piada, não é?...

O que estranhei foi a consensualidade dos comentários, a grande generalidade foi num único sentido: a maior parte das pessoas que comentou o post anterior afirmou-se como tendo já estado ligada à Igreja Católica, mas essa mesma generalidade afirmou também que, por um motivo ou por outro, num determinado momento da sua vida, se afastou dessa mesma Igreja.

Não quero que me interpretem mal nas palavras que se seguem. Não tenho por hábito julgar ninguém e nem sequer estou a fazer a defesa seja de quem for (dado o adiantado da hora já fechei o estamine de advogada há muito!). Simplesmente vejo as coisas de forma diferente.

Eu também concordo, Sara, que “muitas vezes, a postura oficial da Igreja como instituição caminha a passos largos e numa direcção oposta à bondade, caridade, misericórdia e profundo amor ao próximo”; reconheço Janela, que há coisas na Igreja “dificilmente suportáveis”; muitas vezes, também não consigo, como a Eu Mesma, deixar de associar a Igreja “à hipocrisia” e obviamente sei do que fala a Teca quando fala do “divórcio entre os valores cristãos e a realidade da instituição”… mas, ainda assim, não concebo a ideia de cortar relações com a Igreja Católica. Fundamentalmente por duas ordens de razões:

Antes demais, por uma razão pessoal, “íntima e transmissível” – como as entrevistas da TSF! Simplesmente a Igreja e os rituais a ela associados são parte integrante da minha personalidade. Para me sentir feliz, completa e de bem comigo mesma preciso de ir à missa todos os domingos, preciso de momentos de oração, preciso de me sentir integrada no meu grupo de sempre… preciso também da confissão em alguns momentos da minha vida (da confissão verdadeira e sentida e, por isso, como bem devem calcular, nunca confessei a minha homossexualidade simplesmente porque não estou nem nunca estarei arrependida dela!)… e precisava até da comunhão!!!... Abdicar de tudo isto. Abandonar tudo isto far-me-ia sentir amputada enquanto ser humano, porque foi esta a cultura em que nasci e é assim que estou habituada e gosto de viver!

Mas também por uma razão utópico-ideológica!
Porque acredito, como também referi no post anterior, que as grandes mudanças devem ser feitas dentro das instituições, de dentro para fora e não ao contrário. E porque, se, apesar de saber que o mundo é um mundo cão, hipócrita e segregacionista, não me mudo para Marte, antes tento criar aqui uma área dignamente habitável, porque não hei-de fazer o mesmo no seio da Igreja? Porque hei-de fugir para Marte se é neste mundo que me sinto bem, ainda que lhe reconheça enormes falhas?!

… Sei que é muito utópica e idealista esta minha atitude. Mas fiquei contente com a informação da nossa querida jornalista de serviço, de acordo com a qual “há um grupo de católicos que se reunem em Lisboa quase todos os meses, liderado por um padre francês, que já faz trabalho do género há anos”… pena que seja a trezentos quilómetros de casa :-)



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