segunda-feira, 16 de abril de 2007
Come On & Anas
O livro merece a melhor das atenções a começar logo pelo título. «Líricas Come On & Anas» é uma corruptela de «Líricas Camonianas», que vem fazer jus à originalidade que os GNR sempre demonstraram na escolha da designação de alguns dos seus álbuns - como são exemplos «Independança» (1982), «Defeitos Especiais» (1984), «Psicopátria» (1986), «Popless» (2000), «Do Lado Dos Cisnes» (2002) e «ContinuAcção - O Melhor Dos GNR Vol. 3» (2006) - e de algumas das suas canções - «Las Vagas» («Sob Escuta», 1994) e «Julieta Su&Sida» («Tudo o Que Você Queria Ouvir - O Melhor dos GNR», 1996) são apenas duas.
«Líricas Come On & Anas» é um livro pop, pop, pop, como quase todas as canções dos GNR. A quem ainda não o teve na mão, sugiro uma espreitadela por debaixo da contra-capa, onde vai encontrar uma surpresa. E se a capa é excepcional, o conteúdo não pode ficar longe disso.
Na grafonola: Efectivamente («Psicopátria», 1986), música de Toli César Machado e Jorge Romão e letra de Rui Reininho. Escolhi esta porque a referência aos «ratos de esgoto» fez-me lembrar umas certas pessoas que têm andado nas bocas do mundo nos últimos tempos...
adoro o campo, as árvores, as flores jarros e perpétuos amores que fiquem perto da esplanada de um bar com os pássaros estúpidos a esvoaçar adoro as pulgas dos cães todos os bichos do mato o riso das crianças dos outros cágados de pernas para o ar efectivamente escuto as conversas importantes ou ambíguas aparentemente sem moralizar | adoro as pegas e os pederastas que passam (finjo nem reparar) na atitude tão clara e tão óbvia de quem anda a engatar adoro esses ratos de esgoto que disfarçam ao dealar como se fossem mafiosos convictos habituados a controlar efectivamente gosto de aparências imponentes ou equívocas aparentemente sem moralizar |
Marriage is love. |