sexta-feira, 16 de março de 2007
Brava Dança
Já aqui disse que gosto muito da música destes caval(h)eiros, por isso não vale a pena dizer o quanto fiquei entusiasmada com este filme. Recomendo-o, por isso, a tod@s @s que gostarem de mais do que duas ou três canções destes meninos (se só conhecerem a «Paixão», esqueçam). Não estou à espera de ver um filme muito elaborado acerca desta banda. O formato do documentário assenta perfeitamente bem (e, parece-me, é até recomendável) para este tipo de realização. Já li vários artigos sobre o filme que classificam os depoimentos dos elementos da banda como «algo simplistas», mas mesmo assim acredito que nos lembremos que estamos a ouvir os Heróis do Mar quando eles falam. E os recursos para os realizadores também não eram grandiosos. Os clips deles eram qualquer coisa de especial (lembram-se do clip de «Supersticioso»?), alguns até de franca má qualidade de imagem. Céus, eram os anos 80. Podia ser melhor, mas já havia sido muito pior. O «digital» há-de fazer alguma diferença, não?
Antes de terminar, deixo aqui uma transcrição do artigo de João Lopes que, em minha opinião, é o melhor crítico de cinema português a escrever da actualidade. João Lopes não gostou do filme e , por isso, vai de apontar o dedo a tudo quanto lhe parecia mau no dito: «Mas Brava Dança é um filme com pouco trabalho. Por vezes, é-o de forma incompreensível: as entrevistas são, no essencial, registos de um só enquadramento, indiciando uma estética de telejornal que, aliás, se reflecte na montagem mecânica e na sua alternância de depoimentos e outros materiais. No essencial, o filme vai adiando qualquer perspectiva elaborada (política, de novo) sobre o contributo dos Heróis do Mar.» (excerto de «Música e Política», publicada no suplemento do Diário de Notícias de 08.03.2007)
Ora, eu não tenho por costume menosprezar as crónicas do João Lopes. Assim, é possível que o filme venha a desiludir algumas alminhas que hajam ficado entusiasmadas (como eu) com a sua exibição. Mas para ficarmos ou não desiludidos, temos de o ir ver ao cinema, certo? Então, aqui fica a minha sugestão, ir ver/ouvir/ler a «Brava Dança» dos Heróis.
Informação adicional: é possível espreitar o trailer e ir acompanhando as novidades sobre o filme no blog Brava Dança.
Nota acerca de algo muito insólito: para confirmar o nome de todos os elementos da banda e respectivos instrumentos, servi-me da página dos Heróis do Mar na Wikipédia portuguesa. A designação a seguir ao nome do Rui Pregal da Cunha deixou-me boquiaberta: "voz, homossexual". Não é que seja espantoso que o Pregal da Cunha seja homossexual, o que é espantoso é que uma informação como esta conste no sítio em que consta e em completo despropósito. É que nenhum dos outros elementos da banda tem direito à descrição da sua orientação sexual a seguir ao nome e, se o Pregal da Cunha tem, ou outros também deveriam ter, não é?... Ou tu queres ver que "homossexual" é um instrumento musical e eu não sabia?
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