segunda-feira, 14 de março de 2005
Negócios estranhos nos Negócios Estrangeiros?
Não posso discordar mais de tamanhas afirmações.
Em primeiro lugar, por uma questão do coração: tenho por Freitas do Amaral o carinho e admiração que todos os alunos têm pelos seus bons Mestres, por aqueles que sabem transmitir conhecimentos com o rigor de um Catedrático mas com a simplicidade de um prático!
Mas há mais razões para além das afectivas para gostar de ver este homem no Governo. Desde logo, porque Freitas do Amaral é dos poucos Ministros que não ganha nada em ir para o Governo, pelo menos nada mais do que a realização pessoal que lhe pode advir de dar concretização às suas ideias: não ganha monetariamente, muito pelo contrário, e não ganha mais reconhecimento internacional do que já ganhou como presidente da Assembleia Geral da ONU. Honestamente, a mim parece-me que Freitas do Amaral é das poucas pessoas que abraça um Ministério por verdadeiro "amor à camisola", que é como quem diz, com um verdeiro sentido de serviço público. Temos convicção, portanto!
Além disso, independentemente das ideologias que defenda, uma coisa é inegável: Freitas do Amaral sabe do que se fala quando se fala de Negócios Estrangeiros. Sabemos que, pelo menos naquela pasta, teremos uma pessoa que já domina à partida os dossiers, com conhecimento para discutir com os diferentes países com os quais Portugal se relaciona as mais diversas questões que lhe serão colocadas. Temos competência!
Já mesmo quanto às ideias de Freitas do Amaral, parece-me que afirmar o seu anti-americanismo sem mais, é acima de tudo descontextualizado. Lendo o que escreveu sobre o assunto, percebe-se que Freitas do Amaral é simplesmente, como a maioria esmagadora quer dos portugueses, quer dos europeus, quer do Mundo em geral, contra a América belicista de Bush. E é-o frontalmente, sem papas nas línguas ou falsas diplomacias, a provar que também temos honestidade intelectual!
Não me parece, sinceramente, que a posição de Freitas do Amaral sobre Bush seja assim tão criticável, bem pelo contrário. Revejo muito do que penso nas palavras do Professor (não sei se me habituo a chamar-lhe Ministro!). Palavras como as que se encontram no prefácio do seu livro "Do 11 de Setembro à Crise do Iraque" e que podem ser lidas no "Insurgente". Ora vão lá dar uma espreitadela e, depois de contextualizad@s, digam lá de vossa justiça se acham que este homem é tão perigoso como o têm desejado fazer crer por aí!
Eu por mim, cá fico, a olhar com confiança para o estrangeiro, nos próximos quatro anos... e única e tristemente para o estrangeiro, que o resto do Governo (pelo menos nas pastas que me dizem mais directamente respeito) deprime-me só de pensar no adensar do nevoeiro em que Portugal se tem vindo a transformar!
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