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quinta-feira, 28 de outubro de 2004

Até à morte 

Uma jovem palestiniana foi repetidamente violada pelos dois irmãos mais velhos, até que ficou grávida. Ao contrário do que possa pensar-se, a família não adoptou qualquer comportamento hostil para com os dois irmãos. A solução passava, necessariamente, pelo suicídio da rapariga, de forma a restaurar a honra da família.

Compreensivelmente, a jovem recusou cometer suicídio. É então que a mãe entra sorrateiramente no quarto da filha, enquanto esta estava a dormir, e lhe sussura ao ouvido: "Esta noite vais morrer, Rofayda.". Enfia um saco de plástico na cabeça da rapariga, amarra-lhe os pulsos e enquanto a filha lhe implora: "Não, mãezinha, não!", espanca-a repetidamente com um bastão, até a deixar insconsciente. Depois, sai do quarto e deixa a própria filha a sangrar até à morte.


A mãe, Amira Abu Hanhan Qaoud, será julgada por um Tribunal palestiniano mas é pouco provável que venha a ser-lhe aplicada qualquer pena, uma vez que o "homicídio para o resgate da honra", como lhe chamam os palestinianos, é justificada pela sua cultura.

Para os ocidentais é incompreensível como poderá uma mulher ser vítima de um crime com estes contornos e como poderá ser ela a causadora da perda da honra da família. De que forma, exactamente, poderá o suicídio apagar o facto de dois irmãos incestuosos terem violado repetidamente a própria irmã?

"Uma mulher cuja honra foi manchada é como carne apodrecida. Se não for cortada, acabará por contaminar todo o corpo. O que quer dizer que toda a família ficará maculada se ela não for morta." É desta forma que os muçulmanos justificam este tipo de assassínios. No mundo árabe muçulmano, a culpa de todas as incursões sexuais, incluindo a violação e o incesto, é atribuída à mulher.

Inúmeras mulheres do Médio Oriente são mortas devido a apenas rumores de que tenham praticado sexo extra-marital ou pré-marital, por recusarem contrair um casamento negociado, por tentarem obter o divórcio ou, simplesmente, por falarem com um homem.
Era prática comum entre os árabes muçulmanos antigos (antes do ano 622 AD, antes do Islamismo), enterrarem as filhas ainda crianças vivas, para evitarem sequer a possibilidade de elas serem factor de vergonha para a família, apenas por almejarem vir a ter os mesmos direitos que um homem.

O factor consentimento é irrelevante no que toca aos homicídios pela honra. A mulher muçulmana não pode dispôr objectivamente da sua sexualidade e da sua virgindade. Nesse aspecto, ela não é, sequer, considerada um ser humano.

Apenas uma semana após a recusa de ratificação por parte do Parlamento de uma lei que impunha penas mais pesadas para os autores de homicídios pela honra, duas irmãs foram mortas à machadada pelos seus irmãos na Jordânia. A irmã irmã mais velha foi assassinada porque casou com um homem sem o consentimento da família e fugiu para poder viver com ele, enquanto a mais nova foi punida por ter fugido para ir ter com a irmã. Alguém revelou aos irmãos onde ambas viviam e eles esperaram-nas à porta de casa, tendo disferido golpes de machado sobre as irmãs até elas morrerem, em plena rua.

O jornal "The Jordan Times" confirmou, oficialmente, que pelo menos doze mulheres foram assassiandas por razões que se prendem com a honra da família. A Autoridade Palestiniana afirma que o número de vítimas nas áreas de controle palestiniano é superior aos cem. Foi exactamente numa destas áreas que Rofayda foi assasinada pela mãe...

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