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domingo, 29 de agosto de 2004

Está no ar a Telenovela! (III) 

Episódio 3 - Como chegámos aqui e os efeitos de termos chegado


O barco da WoW chegou a Portugal graças à intervenção de quatro associações portuguesas: a Não Te Prives - Grupo de Defesa dos Direitos Sexuais, a UMAR (União de Mulheres Alternativa e Resposta), a Acção Jovem para a Paz e o Clube Safo. Com a vinda do barco, as associações pretendem divulgar a acção da WoW e, acima de tudo, alertar para a necessidade de, a seu ver, a situação da criminalização do aborto ser revista. A vinda do barco pretende ser, assim, mais uma chamada de atenção para problemas reais do que uma hipótese de algumas mulheres abortarem.


Quanto ao primeiro objectivo, penso que está plenamente alcançado. A chegada do "Barco do Amor" mobilizou cinco ministros, respectivas secretarias de Estado e gabinetes! Estes, por sua vez, mobilizaram a Marinha, e quiça a Força Aérea e o que mais vier por aí! A cobertura nos orgãos de comunicação social tem sido extensa e criteriosa (!), com direito a abertura de Telejornal e tudo! A opinião pública também se comprometeu seriamente com este assunto e a maioria dos portugueses mostra-se favorável à entrada do barco nas nossas águas territoriais.


Assim sendo, está visto que os portugueses não estarão todos de acordo com António Pires de Lima, que elogiou o “bom senso, clareza de ideias e coragem” demonstrados pelo governo ao impedir a entrada do barco em águas territoriais nacionais. Pires de Lima afirmou ainda que o objectivo era “zombar com a legislação nacional e fazer da questão do aborto um circo mediático inaceitável”. Esqueceu-se este senhor, que me parece alheado da realidade, que, a ser assim, sempre que uma mulher pratica um aborto em Portugal está a zombar da legislação nacional, bem como sempre que qualquer um de nós circula a mais de 120 Km/h na auto-estrada! E da mesma forma que os portugueses vão a Badajoz comprar caramelos, gastando lá o dinheiro que foi ganho aqui, dizendo ao governo que "em Espanha é que é bom, porque os preços são mais baratos", as portuguesas também vão lá fazer abortos sempre que queiram e tenham dinheiro para isso! Numa e noutra situação, o essencial é ter dinheiro e chegar a Espanha! E nesses casos, não se estará a zombar da obsoleta e caduca legislação portuguesa?! E mais: não é o barco que "faz do aborto um circo mediático inaceitável", mas sim o governo, mobilizando a Marinha e tratando a questão como se de terrorismo se tratasse! Tenha dó, Pires de Lima!

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