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domingo, 24 de agosto de 2003

Silêncio espesso... 


Não, não sei porquê. A escassas horas da sua partida, o silêncio começa a pegar-se às paredes, gelatinoso. Escorre lentamente, desde o tecto até ao chão. Invade-me o quarto, o corpo, a alma.
A palavra não cedeu o seu lugar. Este silêncio tomou-o sem permissão, assim, sorrateiramente. Sabia que este momento chegaria, mas só quando sinto a garganta secar, a língua colada às paredes da boca e uma enorme dificuldade em falar é que me apercebo de que o momento, de facto, chegou.
A noite ficou mais fria, mais escura, mais sinistra. Agora há uma só cor.
O tempo, esse, deixou de correr. Os ponteiros esbarram um no outro e por isso se movem, involuntariamente. A vida continua, mas em câmara lenta, num vagar doloroso.
E neste momento, enchem-me a memória estes versos...

(...)
sabemos criar o sossego
espesso, perante o qual
até o tempo pensa que os
peixes nadam devagar
(...)

in
, Vater Hugo Mãe, A Cobrição das Filhas, Edições Quasi

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